- Lúcia Rocha
- 21 de abr. de 2021
série coreana - legendada - idioma original - coreano
Lee Jong- suk e Park Seon-im

Esse dorama é baseado em fatos reais e para que aja uma compreensão dos acontecimentos desta história é interessante ver a série Mr. Sunshine – um raio de sol.
A Península da Coréia era alvo desde o começo do século XX da interferência estrangeira, sobre tudo os japoneses, que haviam anexado a Península ao seu território em 1910. A ocupação da Coréia pelo Japão foi ratificada pela assinatura do “Acordo de Anexação Coréia-Japão”. Foi neste período que foi dado inicio a ocupação da Coréia por cidadãos japoneses. Essa ocupação acontecia com a formação de colônias japonesas em território coreano, eles tomavam as terras produtivas, ocupadas pelos coreanos e os obrigava a trabalhos forçados; muitos foram enviados ao Japão com o mesmo objetivo. Esse período ficou marcado por diversos crimes sexuais cometidos contra as mulheres coreanas. E é nesse período conturbado que a história de “Louvor a Morte” se passa.
Park Seon-im e Lee Jong-suk

Quando tudo começou a mudar na Coréia, alguns intelectuais e acadêmicos criaram várias organizações e associações embarcando em movimentos pela independência da Coréia. E “Louvor a Morte” tem um título há princípio um pouco pesado se nos apegarmos ao adjetivo “morte”, mas a história é linda e envolvente, porque não trata da morte, mas da libertação de uma opressão forte vivenciada por um povo em busca de suas origens reprimidas por outra nação.
Essa trágica história de amor entre uma soprano da Coréia e um autor literário que escreve textos pró-Joseon, durante a ocupação japonesa na Coréia; faz-nos refletir sobre os conceitos de um povo existir sob suas próprias leis não pode ser motivo de ser invadido por outros povos. Durante esta repressão os coreanos eram obrigados a adotar nomes japoneses, falar japonês e toda forma de expressão coreana estava banida. Havia repressores japoneses por toda parte fiscalizando o que era divulgado, na tentativa de que os coreanos fossem se tornando pouco a pouco japoneses.
Em meados de 1920, época em que toda forma de expressão era proibida até mesmo falar mal dos japoneses. Os costumes e a literatura coreana estavam banidos. Nesse cenário de repressão um jovem, Kim Woo-jin, escreve texto literários pró-joseon sob um pseudônimo “Soosan” para tentar manter viva a cultura de seu país.
Lee Song-suk

Kim escreve peças ousadas e participa de um grupo de teatro com uma história nacionalista, mas sem levantar suspeitas para os japoneses. Ao recrutar para o grupo a soprano Yun Sim Deok; uma estudante de música que vive no Japão com seus pais e irmãos mais jovens; que já estava totalmente adaptada ao estilo de vida do Japão, sujeitando-se inclusive a falar japonês abandonando completamente suas origens coreanas. Por essas razões foi um pouco relutante em aceitar o convite e o risco de fazer parte do grupo. Mas aos poucos começa a entender e respeitar os objetivos e, pouco a pouco vai absorvendo a ideia e os propósitos do grupo. Mas, os problemas não estavam apenas nos textos nem na proibição dos japoneses sobre tudo que lembrasse a Coréia, mas inevitavelmente Yun se apaixonou por Kim.
Depois de conhecer o grupo e Kim ela se sente atraída e incomodada com seu jeito indiferente de lidar com ela, Mesmo assim aceita fazer parte do grupo; até que Kim desaparece por dois dias sem se reunir com o grupo para os ensaios. Preocupada decide fazer uma sopa e ir ao hotel onde ele morava. Ao chegar à porta do quarto, bate, mas tudo que escuta é um absoluto silêncio. Decide entrar, e ao vê-lo deitado, imóvel, observa o pequeno quarto e percebe no canto do quarto uma mesa de estudo com alguns livros espalhados pelo chão e outros empilhados ao lado da mesa. Vendo que Kim estava inerte, aproxima-se da mesa, senta-se deixando ao lado a sopa que trazia como desculpa para vê-lo. Na esperança de arrumar a bagunça com os livros no chão e arrumá-los sobre a mesa, nota algumas folhas escritas despertando sua curiosidade, decide ler; vê que ao final está assinado o nome “soosan”, neste momento Kim desperta e pergunta o que ela faz ali.
Entre descobertas e timidez, ela vai embora. No dia seguinte Kim aparece no grupo o que a deixa encantada. Depois eles seguem caminhando lado a lado pela rua e Kim decide lhe dizer que na verdade não estava doente, mas que todos os anos nessa época ele tira alguns dias para pensar em sua mãe que morreu quando ele tinha apenas cinco anos de idade, mas para não ter que explicar ele diz que está doente. Pela aparência do seu quarto, Yun o julga sem grandes recursos financeiros, mas não se incomoda com a vida que ele tem, mas também não pergunta.
Park Seon Im

Começa a temporada das turnês do grupo de teatro pelas pequenas cidades da Coréia. E Yun pede que Kim fique na coxia para que ela se sinta segura para encarar a platéia. Depois da apresentação da peça eles saíram juntos para caminhar pelas ruas; ao ver uma loja Yun se aproximou e vê através do vidro da vitrine chapéus feminino e pergunta a Kim o que ele pensa das mulheres de chapéu. Para sua surpresa ele diz que admira, mas não se importava com esse detalhe.
Depois Yun o puxa até um grande teatro, sentam-se e ela lhe diz que um dia será uma grande cantora de ópera, mas que se sentirá segura se ele estiver perto para lhe dar coragem para encarar a platéia. Acaba a turnês e Kim convida o grupo para ir a sua casa em Joseon, pois percebe que o sentimento entre eles é forte e teme por sua real situação e acredita que desta forma poderá explicar sem ter que falar. Pois Kim era de uma das famílias mais ricas de Joseon e casado.
Eles combinam de se encontrar na estação de trem e Yun aparece com o chapéu que Kim havia gostado na chapelaria, animada eles segue para a casa de Kim, no caminho um dos amigos e integrante do grupo fala a Yun que Kim pertence a uma das famílias mais tradicionais e ricas de Joseon.
Yun fica um pouco sem saber se aquela história era realmente verdade, mas depois de chegar à casa de Kim, eles são recebidos pela esposa de Kim, e Yun fica desapontada e frustrada. Durante um longo período eles ficam afastados, mas o sentimento não diminui. Yun segue estudando e se torna uma grande soprano. Kim depois de o grupo ter ido embora, leva um sermão do pai e decide então assumir a administração das empresas da família como o pai assim queria. Mas continua escrevendo seus textos escondido de seu pai que não aceita suas ideias e opiniões.
Lee Jong-suk e Park Seom-im

Naquela época eles viviam e faziam tudo que era determinado pela família, mais precisamente por seus pais. Mas, mesmo afastados um do outro o amor só crescia arrebentando e dilacerando seus corações. Yun havia se tornado uma grande cantora de ópera e era conhecida do público. Mas mesmo triste seguia em frente até que surgiu enfim o convite para cantar naquele teatro onde um dia Kim lhe prometera estar ao seu lado para que pudesse se sentir confiante para encarar a grande platéia.
O dia chegou e ela nem sabia se ele estaria lá, ainda que fosse apenas para assisti-la da platéia. Yun entra no palco e inicia seu canto comovendo a todos, enquanto percorria o olhar a procura de Kim, sem encontrá-lo na platéia. Mas quando estava chegando ao final da apresentação seus olhos que percorriam lentamente os camarotes ao fundo,... lá estava ele a lhe olhar... Kim decide sair silenciosamente enquanto a porta se fecha atrás dele; desesperada, Yun desce as escadas do palco na esperança desesperada de encontrá-lo,... alcança a rua correndo olhando para todos os lados na esperança de vê-lo ainda que por um instante, e a poucos passos o reconhece e o chama. Kim ao ouvi-la chamar estaca sem se mexer e vai virando lentamente para encontrar seu olhar, fixos nos seus. Essa cena foi tão emocionante que minha respiração ficou tão ofegante quanto a dela por vê-lo. Então eles decidem conversar depois de tanto tempo.
Yun segue cantando em uma radio, mas o ganho é pouco para sustentar a família, até que uma radio japonesa ao escutar sua canção, o diretor literário da gravadora Nitto faz um contrato para uma gravação e lhe adiantaria seiscentos wones, o suficiente para pagar os estudos de seu irmão, Gi-Seong no Estados Unidos, Yun decide assinar.
Yun havia terminado seu noivado por acreditar que não seria uma boa esposa já que não gostava do rapaz. Acreditou que isso não abalaria sua conduta de mulher. Mas naquela época o termino de um noivado não era visto com bons olhos. Yun tinha problemas com a família que ela sustentava com o pouco dinheiro que ganhava como cantora já que seu pai era doente e não trabalhava.
O Sr. Lee fica sabendo a situação financeira da família de Yun, e que seus dois irmãos estudam música, então, ele pede que seja marcada uma reunião com Yun, e a recebe em sua casa. Mas ele é um homem casado e a recebe sozinho. Sem ver maldade naquela situação eles conversam e ele lhe diz que pagara os estudos de seus irmãos.
A gravação seria na filial em Osako no Japão. O que Yun não sabia é que ter ido à casa do Sr. Lee iria gerar um grande mal entendido de que ela tinha um envolvimento com um homem casado e, que ele estava pagando os estudos de seu irmão e que o noivado arranjado por seus pais havia sido desfeito porque o noivo havia descoberto que ela era uma meretriz.
Todos na cidade de Gyeongseong estavam comentando sobre o assunto e Yun ficou desmoralizada. Todos os compromissos para cantar foram cancelados; seus cartazes onde anunciavam suas apresentações agora estavam sendo rasgados e alguns se espalhavam com o vento pelas ruas da cidade.
Sem poder cantar na cidade, restava apenas cumprir o contrato com a gravadora. Mas enquanto arrumava sua mala chega um soldado com um comunicado do diretor de educação e administração do governo que ordenou sua presença, mesmo se recusando, os soldados a levam a força.
No gabinete o Diretor pretendia falar com Yun em japonês, mas Yun lhe repreende com firmeza afirmando que ele é coreano de Joseon, e neste caso eles poderiam falar no próprio idioma de ambos sem a necessidade de outro idioma. O que o faz rir debochadamente e diz que ela e ousada; e tenta lhe passar a mão em sua face, Yun empurra as mãos dele, e ele revida com uma bofetada e a chama de prostituta que se vende por dinheiro e não pode agir como se tivesse honra.
Então lhe diz que como cantora ela não pode cantar em nenhum lugar de Joseon, mas vai lhe dar a chance de cantar como artista convidada em um banquete promovido pelo gabinete, depois Yun participará de outros shows de celebração da prosperidade japonesa. Yun diz que tem um contrato com uma gravadora japonesa e que não pode aceitar, mas ele ameaça sua família, e quando percebe que a colocou em uma situação sem saída, diz que depois que ela voltar de sua gravação deve encontrar com ele a sós, evidente que a partir daí ela sabia que iria se prostituir e que sempre que se negasse para convencê-la sua família seria sua fraqueza. Yun arruma sua mala e viaja para Tóquio, uma semana antes de ir a Osako, e pede que sua irmã a encontre sem atraso na gravadora em Osako. Essa canção é à única gravação musical que ainda é famosa na Coréia.
Lee Song-suk e Park Seon Im

Ao chegar a Tóquio vai ao encontro de Kim. Eles conversam sobre vários assuntos e sobre o livro Takeo Arisshima, e Yun diz que agora entende o porquê dele ter tomado àquela decisão. Estava selada ali a decisão trágica para ambos, que compreenderam que a decisão da morte do autor não foi porque queria fugir da vida, ele, Kim não pensava mais assim, o autor fez aquela escolha porque desejava viver para não se perder, então por isso desejou a morte, era isso! E já que ambos estavam exaustos de tantas responsabilidades, desejarem o mesmo não significava apenas a morte, mas descansar e viver. Então Kim diz que Yun poderá descansar em paz ao seu lado.
Eles tinham um dilema e um caminho para escolher, mas todos os caminhos os levavam de volta as suas famílias e os separavam de suas próprias escolhas. Eles pegam o trem para Osako e a gravação foi feita com sua irmã ao piano. Depois da gravação Yun leva sua irmã, Yun Seong-deok ao porto e ela embarca de volta para casa. Alguns dias depois é a vez dela e Kim embarcarem em um navio de volta para casa, mas eles nunca chegariam ao seu destino.
A pressão para ambos era enlouquecedora, e os padrões da época não apontavam um caminho digno para Yun nem para Kim. Na verdade se olharmos sob outro ponto de vista não é um final triste, mas compreensível diante das ameaças e de ter que seguir um caminho sem volta, mesmo hoje talvez a saída fosse mesmo assim, eu me pergunto: - Quem diante do que eles estavam vivenciando faria uma escolha diferente? É preciso ver Mr. Sunshine um raio de sol, para entender o que eles vivenciaram para não fazer um julgamento errado.
Super recomendo contamos com muitos atores e atrizes maravilhosos, mas destaco:
Lee Jong-Suk e shim Hye-sun
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